Participantes: LOC I - HILARY
LOC II - INGRED
LOC I HILARY – Muito boa tarde!!!// hoje 06 de MAIO // Esta é a rádio Palhano FM/ está entrando no ar mais um programa dos amigos da leitura de Palhano, / músicas de bom gosto, entretenimento, cultura, educação e arte/ para pessoas de bom gosto como você// Eu sou a HILARY e estaremos juntos até as 03 e 30 horas.// Até lá você pode curtir a música AQUARELA DO TOQUINHO.
LOC II - Projeto Eu sou cidadão amigos da leitura, desenvolvido em nosso município pela prefeitura municipal através da secretaria de educação, onde já foram lançados vários livros, com temas direcionados para o público infanto-juvenil. Enfocando assuntos de importância social e com grande relevância dos dias atuais: sexualidade na adolescência, questão de gênero, meio ambiente, violência domestica, trabalho infantil, cárcere privado, direitos do consumidor, erradicação do sub-registro, preservação do patrimônio público. Estatuto do idoso, convivência com as diferenças, direita e deveres das crianças e adolescentes. Olá eu sou INGRED.
LOC I – Que tal ouvirmos uma belíssima poesia feita por criança do Alto Santo do 6º ano: As Marias do meu lugar
Minha terra é pequenina /Fica aqui no Ceará/ No Vale do Jaguaribe/ Alto Santo aqui está/ No Comando das Marias/ Que progride esse lugar
LOC II- Tem Maria sertaneja/Valente feito um trovão/Daquela que desde cedo/ Faz o cultivo do chão/ E a Maria tratorista/Que ajuda na plantação
LOC I- Tem Maria lá na Câmara/ Que é a vereadora/ Tem Maria que cedinho/ Limpa a rua com a vassoura
Tem aquela que ensina/A Maria professora
LOC II - A Maria forrozeira/Rodeia feito pião/Tem a Maria louceira/Transforma o barro com a mão
E a Maria morena/Com corpo de violão
LOC I- Maria que no mercado/Vende o quente e o frio/E a Maria lavadeira/Faz espuma lá no rio/E a Maria açougueira/Com a faca faz desafio
LOC II- Maria no hospital/ A Maria enfermeira/ Lá na fábrica de tecidos /A Maria costureira/ E aqui na minha casa/ A Maria verdadeira
LOC I- Lá no altar da igreja/ Maria diz o amém/ Implora ao padroeiro/ Para todos viver bem/A mãe do Menino Deus/Que é Maria também
LOC II - Ah! Se em todo lugar tivesse/ Assim tantas alegrias /E que fosse como meu /Nessa paz do dia a dia
Que faz o calor do sol / Dar força a essas Marias
LOC I - Depois dessa que tal ouvirmos um conto de Manoel de Barros..
O Lavador de Pedra
A gente morava no patrimônio de Pedra Lisa. Pedra Lisa era um arruado de 13 casas e o rio por detrás. Pelo arruado passavam comitivas de boiadeiros e muitos andarilhos. Meu avô botou uma Venda no arruado. Vendia toucinho, freios, arroz, rapadura e tais. Os mantimentos que os boiadeiros compravam de passagem. Atrás da Venda estava o rio. E uma pedra que aflorava no meio do rio. Meu avô, de tardezinha, ia lavar a pedra onde as garças pousavam e cacaravam. Na pedra não crescia nem musgo. Porque o cuspe das garças tem um ácido que mata no nascedouro qualquer espécie de planta. Meu avô ganhou o desnome de Lavador de Pedra. Porque toda tarde ele ia lavar aquela pedra.
LOC II - A Venda ficou no tempo abandonada. Que nem uma cama ficasse abandonada. É que os boiadeiros agora faziam atalhos por outras estradas. A Venda por isso ficou no abandono de morrer. Pelo arruado só passavam agora os andarilhos. E os andarilhos paravam sempre para uma prosa com o meu avô. E para dividir a vianda que a mãe mandava para ele. Agora o avô morava na porta da Venda, debaixo de um pé de jatobá. Dali ele via os meninos rodando arcos de barril ao modo que bicicleta. Via os meninos em cavalo de pau correndo ao modo que montados em ema. Via os meninos que jogavam bola de meia ao modo que de couro. E corriam velozes pelo arruado ao modo que tivessem comido canela de cachorro. Tudo isso mais os passarinhos e os andarilhos era paisagem do meu avô. Chegou que ele disse uma vez: Os andarilhos, as crianças e os passarinhos têm o dom de ser poesia. Dom de ser poesia é muito bom!
LOC I – Vamos agora curtir mais uma música: O PINGUIM DE TOQUINHO.
LOC II – Depois dessa música infantil que tal ouvirmos O CONTO CAPA DE JUNCO.
LOC I- Agora vamos relembrar as Quadras ao gosto popular.
LOC II- Eu tenho um colar de pérolas/ Enfiado para te dar:/ As per’ las são os meus beijos,/O fio é o meu penar.
LOC I- A caixa que não tem tampa/ Fica sempre destapada. /Dá-me um sorriso dos teus /Porque não quero mais nada.
LOC II - No baile em que dançam todos/Alguém fica sem dançar./Melhor é não ir ao baile/Do que estar lá sem lá estar.
LOC I -Vale a pena ser discreto?/ Não sei bem se vale a pena./ O melhor é estar quieto/ E ter a cara serena.
LOC II - Não digas mal de ninguém,/ Que é de ti que dizes mal./ Quando dizes mal de alguém/ Tudo no mundo é igual.
LOC I – Os capitães de areia de Jorge Amado .Os Capitães da Areia é um grupo de meninos de rua. O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, via uma seqüência de reportagens e depoimentos, explicando que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo, Don'Aninha. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caçam como adultos antes de se tornarem um. A primeira parte em si, "Sob a lua, num velho trapiche abandonado" conta algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia (o grupo chegava a quase cem, morando num trapiche abandonado, mas tinha líderes). Pedro Bala, o líder, de longos cabelos loiros e uma cicatriz no rosto, uma espécie de pai para os garotos, mesmo sendo tão jovem quanto os outros, que depois descobre ser filho de um líder sindical morto durante uma greve; Volta Seca, afilhado de Lampião, que tem ódio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro;
LOC II - Professor, que lê e desenha vorazmente, sendo muito talentoso; Gato, que com seu jeito malandro acaba conquistando uma prostituta, Dalva; Sem- Pernas, o garoto coxo que serve de espião se fingindo de órfão desamparado (e numa das casas que vai é bem acolhido, mas trai a família ainda assim, mesmo sem querer fazê-lo de verdade); João Grande, o "negro bom" como diz Pedro Bala, segundo em comando; Querido- de- Deus, um capoeirista amigo do grupo, que dá algumas aulas de capoeira para Pedro Bala, João Grande e Gato; e Pirulito, que tem grande fervor religioso. O apogeu da primeira parte é dividido em, quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e exercendo sua meninez; e quando a varíola ataca a cidade, matando um deles, mesmo com Padre José Pedro tentando ajudá-los e se indo contra a lei por isso. A segunda parte, "Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos", surge uma história de amor quando a menina Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia", e mesmo que inicialmente os garotos tentem tomá-la a força, ela se torna como mãe e irmã para todos. (O homossexualismo é comum no grupo, mesmo que em dado momento Pedro Bala tente impedi-lo de continuar, e todos eles costumam "derrubar negrinhas" na orla.) Professor e Pedro bala se apaixonam por ela, e Dora se apaixona por Pedro Bala. Quando Pedro e ela são capturados (ela em pouco tempo passa a roubar como um dos meninos), eles são muito castigados, respectivamente no Reformatório e no Orfanato.
LOC I- Quando escapam, muito enfraquecidos, se amam pela primeira vez na praia e ela morre, marcando o começo do fim para os principais membros do grupo. "Canção da Bahia, Canção da Liberdade", a terceira parte, vai nos mostrando a desintegração dos líderes. Sem-Pernas se mata antes de ser capturado pela polícia que odeia; Professor parte para o Rio de Janeiro para se tornar um pintor de sucesso, entristecido com a morte de Dora; Gato se torna uma malandro de verdade, abandonando eventualmente sua amante Dalva, e passando por ilhéus; Pirulito se torna frade; Padre José Pedro finalmente consegue uma paróquia no interior, e vai para lá ajudar os desgarrados do rebanho do Sertão; Volta Seca se torna um cangaceiro do grupo de Lampião e mata mais de 60 soldados antes de ser capturado e condenado; João Grande torna-se marinheiro; Querido-de-Deus continua sua vida de capoeirista e malandro; Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães de Areia ajudam numa greve. Pedro Bala abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim Pedro Bala deixa de ser o líder dos Capitães de Areia e se torna um líder revolucionário comunista.
LOC II- Este livro foi escrito na primeira fase da carreira de Jorge Amado, e nota-se grandes preocupações sociais. As autoridades e o clero são sempre retratados como opressores (Padre José Pedro é uma exceção mas nem tanto; antes de ser um bom padre foi um operário), cruéis e responsáveis pelos males. Os Capitães da Areia são tachados como heróis no estilo Robin Hood. No geral, as preocupações sociais dominam, mas os problemas existenciais dos garotos os transforma em personagens únicos e corajosos, corajosos Capitães de Areia de Salvador.
LOC I – Boa tarde, boas leituras e até quinta-feira.
LOC II – Boa tarde e fiquem com a música: canta meninada.
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